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VOCAÇÃO X ENCANTAMENTO: Quem não tem competência, não se estabelece

Muitos bacharéis em direito, por terem durante as suas vidas acadêmicas matérias no direito penal, processual penal, criminologia, execução penal, acreditam que têm vocação para ser policial, mas na verdade é apenas o "encantamento", mais uma vez reitero: ser policial vai muito mais além disso.

25/03/2024 às 19h13
Por: Carlos Nascimento Fonte: Bel LUIZ CARLOS FERREIRA
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VOCAÇÃO X ENCANTAMENTO: Quem não tem competência, não se estabelece

A atividade policial sem dúvidas é uma das atividades mais complexas para o cidadão exercer, sem dúvida alguma, a primeira e primordial condição é a vocação, mas o que vem a ser esta vocação? É a disposição natural e espontânea que orienta uma pessoa no sentido de uma atividade, uma função ou profissão; pendor, propensão, tendência, e isto obviamente não se adquire com o tempo, como dito: é natural, espontâneo.

A polícia em geral, e como é natural, vem passando por um processo de mudanças e comportamentos, visto a própria dinâmica da atividade, sendo observado entretanto a modificação do perfil dos profissionais de polícia.

Um dos elementos necessários para ingressar na atividade policial, sempre foi a investigação social, a qual buscava identificar o perfil social do candidato, investigando a sua conduta em locais que reside e residiu, bem como a sua vida como um todo, se realmente era um cidadão com capacidade moral de ingressar nas fileiras da polícia. Hoje além da avaliação de conhecimentos acadêmicos, exige-se a formação em nível superior, daí cabe a pergunta: e a vocação fica aonde? Pois é, a vocação não fica, hoje muitos ingressam na polícia apenas com o sentimento de ter um salário fixo no final do mês, e de ter o status de servidor público, mas ser policial é muito, mais muito mais do que isso.

Policial de verdade é como se dizia antigamente: "é ter horário para entrar, e não ter e nem saber o horário de sair".  Muitas vezes o policial se depara com situações que são ininterruptas, e isto significa apenas adrenalina para o policial. Um crime de sequestro em andamento, não há espaço para interrupção, e neste momento é que a vocação fala mais alto, o policial não pode olhar o relógio, não pode pensar na família, não pode pensar no horário que fez sua última refeição, pois acima de tudo, o interesse naquele momento é elucidar o crime, isto é ser policial.

A atividade policial na prática, não é didática, pode até ser passada algumas técnicas, porém, repito, a vocação é que difere o verdadeiro policial daquele que apenas aprendeu em uma academia de polícia, técnicas de como fazer.

Muitos bacharéis em direito, por terem durante as suas vidas acadêmicas matérias no direito penal, processual penal, criminologia, execução penal, acreditam que têm vocação para ser policial, mas na verdade é apenas o "encantamento", mais uma vez reitero: ser policial vai muito mais além disso.

Na realidade uma função tão nobre como ser policial, transcende os ensinamentos das academias de polícia, os cursos técnicos. Assim como em todas as atividades, o indivíduo deve ter uma boa base familiar, ter princípios de seriedade, honestidade, solidariedade, companheirismo, e jamais deixar se seduzir por promessas de cargos, de ter facilidades por ter prestado favores, muitas vezes exclusos.

Muitos entram na polícia, mas muitos nunca conseguem por simples falta de vocação, deixar a polícia entrar nele. Lutam por cargos, por posições, atropelam e derrubam qualquer um, com o único objetivo: ter um salário alto.

Assim como na vida, a polícia também tem o seu prazo de validade, todos, eu disse todos, chegaram a um momento sem volta, pois o tempo é implacável. Na polícia ou se aposenta ou morre, já na vida, você se aposenta, tem o sentimento de dever cumprido e busca ser feliz, porque para o verdadeiro policial, enquanto na ativa, nunca teve tempo de lazer, o que lhe fez feliz foi a satisfação de tentar fazer uma sociedade mais justa e igualitária, independente dos perrengues, das forças contrárias externas e internas. Quem escolheu ser policial deve entender que a riqueza é intangível, quem quer ter bem materiais e ser rico, está sem dúvidas na profissão errada.

O policial deve ter um salário digno para viver, pois o seu maior subsídio é a dignidade. Talvez por isso muitos não conseguem se manter, quando só se tem estudo e lhes falta dignidade e vocação.

Bel Luiz Carlos Ferreira de Souza - Brasileiro, baiano, casado, 61 anos, servidor público aposentado pelo estado da Bahia, atualmente reside no estado do Rio Grande do Sul, com formação técnica em redator auxiliar, acadêmico em História, Direito, pós-graduado em Ciências Criminais, política e estratégia e mestrando em políticas públicas.

Contato: lcfsferreira@gmail.com 

https://www.facebook.com/LcfsFerreira

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Bel LUIZ CARLOS FERREIRA
Sobre o blog/coluna
Bel Luiz Carlos Ferreira de Souza- Brasileiro, baiano, casado, 61 anos, servidor público aposentado pelo estado da Bahia, torcedor do vitória, atualmente reside no estado do Rio Grande do Sul, com formação técnica em redator auxiliar, acadêmica em História, Direito, pós graduado em Ciências Criminais, política e estratégia e mestrando em políticas públicas.
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