No próximo domingo, 16, a invasão da Polícia Militar (PM) ao campus da Universidade Federal da Bahia, localizado no Canela, completa 20 anos.
A ação, iniciada no meio da manhã, durou até às 15 horas e deixou 21 estudantes feridos.
A repressão ao protesto foi o desdobramento da tensão iniciada por movimentos que pediam a cassação do então Senador Antônio Carlos Magalhães, ACM, no contexto dos trabalhos do Conselho de Ética do Senado, que apurou uma fraude no painel eletrônico da casa legislativa na sessão pela cassação do mandato do senador Luiz Estevão em julho de 2000.
A invasão teve repercussão nacional e importantes desdobramentos políticos. O jornalista Kau Rocha fez todo o registro dos protestos no documentário denominado Choque, considerado uma referência sobre o episódio.
A placa refere-se ao dia 16 de maio de 2001, data em que a Faculdade de Direito da UFBA foi invadida por policiais militares, reprimindo uma manifestação que pedia a cassação dos então senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (PSDB-DF) pela acusação de violação do painel eletrônico de votação do Senado.
O texto da placa demonstra o ressentimento do corpo discente em relação à Secretária, por a mesma ter sido ex-acadêmica daquele recinto e, mesmo assim, ter sido a responsável por ordenar aquela ação, declarando então o “eterno repúdio”. É destacado que a manifestação fora pacífica, “em prol da liberdade de expressão” e ainda assim foi duramente reprimida com “bombas e bordoadas”. Em seu final, é escrita a expressão latina “Ex-toto corde”, a qual significa “De todo o coração”, demonstrando que o repúdio à Kátia Maria Alves de Souza é carregado de sentimento e não são meras palavras. Esta expressão se encontra na Bíblia, no livro do Deuteronômio: a sua escolha reforça a profundidade e a eternidade das palavras, da mesma forma que, para um cristão, as palavras contidas na Bíblia são eternas por serem concebidas como dogmas.
Fonte: A Tarde