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Festival de Gramado se abre para séries e amplia aposta em documentais

Evento será realizado entre os dias 12 e 18 de agosto

04/07/2023 às 21h00
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
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Em sua 51ª edição, o Festival de Gramado irá reiterar sua aposta em uma programação que transita por diversos formatos. Além de ampliar a aposta no cinema documental, o evento abrirá espaço pela primeira vez para o lançamento de uma série, em parceria com a plataforma Amazon Prime. Nesta terça-feira (4), foram divulgadas as principais novidades deste ano, as homenagens e a seleção dos filmes que serão exibidos na cidade gaúcha entre 12 e 18 de agosto.

A sessão de abertura levará para as telas o documentárioRetratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho. O diretor tem uma trajetória bastante vinculada ao Festival de Gramado, onde lançou ficções comoO Som ao Redor(2012) eBacurau(2019). Seu novo trabalho foi apresentado em maio no Festival de Cannes, na França, e foi bem recebido: ao fim, a plateia o aplaudiu de pé.

"Vocês estão percebendo como o documentário tem crescido em qualidade e em quantidade no universo brasileiro. E o Kleber nos brindou com um documentário que, pela primeira vez, vai abrir o Festival de Gramado. Vocês devem se lembrar que a gente costuma abrir com ficções", observou o crítico Marcos Santuario. Ele integra a curadoria do evento há mais de dezedições e, neste ano, tem ao seu lado o ator Caio Blat e a atriz argentina Soledad Villamil.

O crescimento do cinema documental brasileiro já havia levado o Festival de Gramado a criar, no ano passado, uma categoria específica para o gênero. Na ocasião, cinco filmes selecionados foram exibidos no Canal Brasil, emissora de televisão por assinatura e uma das parceiras do evento. Nesta edição, a categoria está mantida com uma novidade: os documentários poderão ser vistos presencialmente pela plateia em Gramado. A seleção envolve uma diversidade de temas abordam desde as trajetórias do escritor Luis Fernando Veríssimo e do cineasta Roberto Farias até conflitos sociais, efeitos da pandemia de covid-19 e impactos ambientais.

Outra novidade desta edição é a abertura para as séries. "A gente não poderia deixar de dar esse passo importante. A gente acompanha também outros festivais tradicionais do mundo. Quem acompanhou o Festival de Cannes neste ano viu que estrearamlá dois episódios de uma série da HBO com atuação da filha do Johnny Depp. E a gente está fazendo isso em Gramado com uma série brasileira. A Amazon Prime é nossa primeira parceira e outras virão. Essa série, que se chamaNovo Cangaço, tem um protagonismo do Alan Souza e promete um envolvimento com um Brasil para ser conhecido pelo Brasil", diz Marcos Santuário.

Ele lembrou ainda que o Festival de Gramado já dialoga com o mundo dostreamingdesde 2017, quando decidiu incluir em sua programação o longa-metragemO Matador. Dirigido por Marcelo Galvão, ele foi produzido pela plataforma Netflix.

Além do filme de abertura, dos cinco documentários e da série, a programação será composta por seis longas-metragens brasileiros, cinco longas-metragens gaúchos, 12 curtas-metragens brasileiros e 23 curtas-metragens gaúchos. Um pré-requisito para os curadores é o ineditismo no Brasil, o que impede a seleção de trabalhos que já estiveram presentes em outros festivais nacionais. Finalizando a programação do evento, serão anunciados no dia 19 de agosto os vencedores em diversas categorias: filme, roteiro, edição, fotografia, diretor, ator eatriz, entre outros. Os agraciados recebem o troféu Kikito, símbolo do festival.

Referência da agenda anual do audiovisual brasileiro, o Festival de Gramado é organizado pela Gramadotur, autarquia criada em 2012 pela prefeitura para gerir o calendário oficial de eventos do município e realizar outras ações. Desde 2021, ela é presidida por Rosa Helena Volk, que também anunciou novidades para esta edição.

"Eu sou a primeira mulher presidindo a Gramadotur. Eu acho que nós mulheres temos ocupado cada vez mais os espaços que temos direito por mérito, por merecimento, por dedicação. E a gente tem visto como as mulheres do cinema são importantes e têm feito trabalhos diferenciados em todas as áreas, na frente e atrás das câmeras. Para confirmar essa posição relevante no cinema e no audiovisual brasileiro e mundial, nós teremos apenas homenageadas mulheres este ano", revelou.

Homenagens

Entre as homenageadas está a atriz Alice Braga, que receberá o Kikito de Cristal pela sua carreira sólida no cinema, tendo participado de mais de 30 produções no Brasil e no exterior. Aos 40 anos, ela cresceu em uma família de artistas - incluindo a mãe Ana Braga e a tia Sônia Braga - e responde por atuações em filmes comoCidade de Deus(2002),Cidade Baixa(2003) eEduardo e Mônica(2022). Fora do país já trabalhou em produções ao lado de atores renomados como Anthony Hopkins, Margot Robbie e Matt Damon.

O troféu Oscarito será entregue a duas atrizes nonagenárias que ainda estão em atividade. Laura Cardoso, com 95 anos, e Léa Garcia, com 90 anos, serão homenageadas pela grande contribuição ao cinema nacional. Ainda serão posteriormente divulgadas as agraciadas com o troféu Eduardo Abelin, entregue a diretores e entidades com trabalhos relevantes, e com o troféu Cidade de Gramado, concedido a pessoas que têm ligação com a história do município e do evento.

Ao longo de sua história, o Festival de Gramado contou com a presença de grandes nomes não apenas do cinema brasileiro, mas também internacional. No ano passado, o evento chegou a 50 edições realizadas anualmente de forma ininterrupta. Não deixou de ser realizado nemmesmo durante a pandemia de covid-19, quando adotou, em 2020 e 2021, formato híbrido, com exibição online de filmes. A iniciativa influenciou outros grandes eventos a seguirem o mesmo caminho, como a Mostra de Cinema de Tiradentes e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

De acordo com Rosa Helena Volk, houve diversos momentos em que o Festival de Gramado precisou se repensar, e a 51ª edição é mais um marco nessa trajetória. "Nos reinventamos há pouco tempo por conta da pandemia de covid-19, onde misturamos o remoto e o digital com o presencial. E foi uma iniciativa que acabou pautando outros eventos do gênero no Brasil. Agora, com a 51ª edição, estamos iniciando o primeiro ano de uma nova década. A marca desta edição é trazer novos formatos para dentro do festival", destaca.

Confira os longas-metragens e os documentários selecionados:

ABERTURA
Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho (PE)

LONGAS BRASILEIROS
Angela, de Hugo Prata (SP)
O Barulho da Noite, de Eva Pereira (TO)
Uma Família Feliz, de José Eduardo Belmonte (PR)
Mais Pesado Éo Céu, de Petrus Cariry (CE)
Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane (RJ)
Tia Virgínia, de Fabio Meira (RJ)

LONGAS GAÚCHOS
Céu Aberto, de Elisa Pessoa (RS)
Hamlet, de Zeca Brito (RS)
O Acidente, de Bruno Carboni (RS)
Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues (RS)
Um Certo Cinema Gaúcho de Porto Alegre, de Boca Migotto (RS)

DOCUMENTÁRIOS
Anhagabaú, de Lufe Bollini (SP)
Roberto Farias - Memórias de um Cineasta, de Marise Farias (RJ)
Luis Fernando Verissimo - O Filme, de Luzimar Stricher (RS)
Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti (DF)
Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira (CE)

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