Não faz sentido a concessão da liminar do ministro Kássio Marques liberando missas e cultos em todo o País, quando decisão pretérita do STF, por maioria, deu autonomia a governadores e prefeitos para deliberar sobre as medidas de isolamento social. Na queda de braço com Gilmar Mendes levou a pior, devendo o plenário se pronunciar na próxima quarta, dia 7, mantendo a decisão.
Desgaste desnecessário, mas inevitável, uma vez que o novo ministro foi indicação do genocida, ali colocado estrategicamente para tentar emperrar as matérias de interesse da nação, no intuito de descredibilizar a Suprema Corte. Adota o princípio já consagrado do poder sem pudor. Convém lembrar que a iniciativa partiu do Conselho Nacional de Pastores do Brasil e políticos do PSD, deixando claro que toda a trama foi articulada pelo segmento evangélico, aquele mesmo que industrializou a fé e de há muito utiliza o nome de Jesus Cristo para encher os cofres.
Tomando o exemplo do Papa Francisco que prega o isolamento até o fim da pandemia, fica fácil deduzir o resto. Pelo menos para aqueles que têm consciência e discernimento do problema e não se acham enquadrados na incômoda posição de gado. Fica a sugestão aos milionários pastores que não estão nem aí para a pandemia e têm os currais sob controle: uma vez que não abrem mão do dinheiro malandro, respeitem o isolamento e criem a sacolinha virtual. Os meios de comunicação estão aí para tal fim. Tem tudo pra dar certo, mas não esqueçam do Juízo Final.
Jorge Braga Barretto
Contato: jbbarretto@gmail.com
(*) Publicado no Jornal A Tarde, (Espaço do Leitor), edição de 07.04.2021.