Quem viveu intensamente e se dedicou ao sindicalismo de verdade na atividade essencial ligada à segurança pública, sabe dos grandes obstáculos que tiveram de ser transpostos, a exemplo da greve geral vitoriosa decretada em julho de 2001, que obrigou o então governador a solicitar intervenção federal, quando diretores do Sindpoc e demais servidores da SSP (à época), por medida preventiva, foram obrigados a buscar proteção em casas de correligionários, enquanto o próprio governo promovia com seus policiais quinta coluna um clima de terror na zona comercial, com ênfase para a Baixa dos Sapateiros. Fato que ficou registrado nos anais do sindicalismo baiano.
Até que um encontro envolvendo autoridades brasileiras no antigo Hotel da Bahia, terminou com a celebração de um acordo, tendo o governo local acatado a criação de uma gratificação - Gratificação de Atividade Policial (GAP), que até hoje perdura em nossos contracheques. Por incrível que pareça, os traíras de ontem permanecem imutáveis, sempre de mãos dadas com o governo e dando as costas para a maioria que se encontra refém dos caprichos daqueles que se acostumaram a conjugar o verbo na primeira pessoa do singular. O golpismo tem sido a tônica nos últimos anos, eleições que são verdadeiras troca de cadeiras, e o sindicalismo vai perdendo a cada dia seu real significado, graças à inércia daqueles que, por medo, conveniência ou oportunismo, optam pelo pão com manteiga diário, desde que não morram de fome.
Se não acompanharmos as transformações políticas que devem ocorrer nas próximas eleições, elegendo líderes sindicais experientes e combativos, corremos o grande risco de ver a extinção do serviço público com a perda dos direitos conquistados. Chegou o momento de darmos um basta à pelegagem antes que seja tarde demais.
A HORA É ESSA.
Confira vídeo abaixo
Em desabafo CRISPINIANO DALTRO, policial civil aposentado, ativista dos movimentos sociais e ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, comenta fala de alguns "policiais sindicalistas da atualidade", que insistem em responsabilizar os dirigentes sindicais anteriores como responsáveis pela situação atual salarial da categoria policial civil, se eximindo da responsabilidade.