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O Santos pela primeira vez em 111 anos de história rebaixado segunda divisão

Veja cinco motivos que resultaram no rebaixamento inédito do Santos

19/12/2023 às 14h45
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria/ESPORTES
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O Santos pela primeira vez em 111 anos de história rebaixado segunda divisão

O Santos Futebol Clube está rebaixado para a segunda divisão do Brasileirão pela primeira vez em 111 anos de história. A derrota por 2x1 para o Fortaleza, na Vila Belmiro, na noite desta quarta-feira (6/12) tornou inviável a permanência da equipe na elite do Campeonato Brasileiro.

Com vantagem diante dos concorrentes diretos na briga contra a zona do rebaixamento, o time paulista dependia apenas de si para não viver um dos mais sombrios capítulos da própria vida. Contudo, acabou superado, e viu Bahia e Vasco vencerem as respectivas partidas finais.

No ano de 2023, foram poucos detalhes a terem sido responsáveis por fazer o santista sorrir.

Com escassas exceções, tudo deu errado para o alvinegro praiano. Entre crises políticas dentro do clube, trocas incessantes no comando técnico e problemas de comportamento com estrelas da equipe, o Santos, de fato, não se ajudou.

Agora, a campanha realizada no 'Campeonato do Rei', a primeira edição do torneio após o falecimento de Pelé, o maior ídolo da história do clube, terá como maior legado o forte desejo de ser esquecida. O Peixe, por não ter tido mais carinho com o planejamento, mesmo após lutar contra o rebaixamento no Campeonato Paulista, no começo do ano, e ser eliminado de forma expressiva na Copa Sul-Americana ainda na fase de grupos, precisará batalhar na divisão de acesso para voltar para onde jamais havia saído.

A seguir, cinco motivos que explicam o rebaixamento inédito do time do Rei Pelé.

1 - Mau planejamento do elenco

Apesar dos sucessivos fracassos na temporada, o plantel santista seguia com algumas das principais jovens promessas do futebol brasileiro. Com destaque para o ataque, a equipe usufruía de nomes como Marcos Leonardo, ngelo e Deivid Washington.

Contudo, em decorrência da complicada situação financeira, acabou seduzido por ofertas estrangeiras e fechou vendas.

O pacote de R$160 milhões oferecido pelo Chelsea, da Inglaterra, falou mais alto. Deivid e ngelo acabaram rumando para a Inglaterra. Com 13 gols marcados no Brasileirão, Marcos Leonardo teve um bom ano, é verdade.

Mas a equipe certamente perdeu o poderio de fogo no último do campo. Com as ausências no ataque, ainda finalizou o campeonato como portador da terceira pior defesa.

Foram 63 gols sofridos.

2 - Extra-campo dos jogadores

O ano também foi complicado quando o assunto é o extra-campo do elenco santista. O campeonato nacional começou com a bomba da Operação Penalidade Máxima.

O zagueiro Bauermann, ex-atleta do clube, foi um dos primeiros atletas envolvidos com o esquema de envolvimento com casas de apostas ilegais. Ele aceitou levar um cartão amarelo em troca de dinheiro. Por isso, acabou punido com 12 jogos e condenado a 360 dias sem poder entrar em campo, além de ter precisado pagar uma multa de R$ 35 mil.

Também houveram problemas disciplinares. Na véspera da partida contra o Coritiba, pela 37ª rodada, o atacante Marcos Leonardo chegou atrasado na apresentação da equipe. Além disso, apresentava indícios de estar alterado. Embriagado, possivelmente.

Algumas peças do restante do elenco, inclusive, segundo informações do portal R7, se desentenderam com a diretoria por conta de ‘bichos’ atrasados. Muitos dos valores eram referentes aos últimos jogos do Brasileirão.

O atacante Yeferson Soteldo, um dos principais jogadores da equipe, da mesma forma, foi afastado, em julho passado, por caso de indisciplina com o treinador Paulo Turra. Especulado fortemente para deixar a equipe, o venezuelano, contudo, acabou ficando.

3 - Pobre gestão administrativa

Em ano de eleição, o Santos demonstrou não ter feito um planejamento administrativo de maneira cuidadosa. Durante o ano, trocou de rota inúmeras vezes .Apenas em 2023, foram cinco treinadores diferentes.

Odair Hellman, Claudiomiro Santiago (interino), Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes todos fracassaram na missão de manter o Santos na elite nacional. Os fatores mais fortes, porém, dizem respeito a gestão do presidente do clube, Reinaldo Rueda. Segundo levantamento feito pelo ge.globo, antes mesmo da contratação de Fernandes, ainda em setembro passado, o Santos trocou de treinador, em média, a cada 19 jogos.

Em três anos de gestão, o Santos teve nove treinadores, além dos cinco diretores de futebol diferentes e sete saídas no comitê de gestão.

4 - Problemas com a torcida

Uma confusão entre torcedores na partida entre Santos e Corinthians, em junho passado, foi determinante para o alvinegro praiano. Durante a partida, aos 42’ da segunda etapa, torcedores atiraram bombas e rojões em direção ao goleiro Cássio, do Corinthians. Por isso, a equipe do litoral paulista foi punida pelo STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) com oito jogos sem torcida e impedido de jogar na Vila Belmiro.

Precisou pagar ainda uma multa de R$ 80 mil. Apesar da decisão do Tribunal de diminuir a pena para quatro jogos, o tempo mostrou que o prejuízo foi forte. Afinal, na luta contra o rebaixamento, cada ponto contava.

5 - Outras prioridades

Em meio a tantas situações diferentes do lado de fora dos gramados, um fator não recebeu a devida atenção por parte do Santos: o futebol. Mesmo com a constante dificuldade do time em render nos diversos campeonatos disputados durante o ano, as atenções acabavam indo sempre em direção a outras questões.

Além da comoção e de todo o marketing ao redor da morte do Rei Pelé, que atraiu as atenções para além do próprio time, circunstâncias como a possibilidade de reforma da Vila Belmiro e as preocupações constantes ao redor de tantas especulações diante do elenco e de problemas com a torcida acabaram pesando.

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