Rimar com a palavra Acupe
Não é tarefa fácil não
Mas esse nosso Planeta é rico
Com seu povo e sua benção
Se acaso eu não bem detalhar
Aceitarei de bom agrado uma sugestão.
As estórias dos nossos primitivos
Contadas a pio e com veracidade
Memória nobre de minha mãe
Que construiu com amor e lealdade
Saudade e honra de nossa comunidade.
Ah nosso saudoso e guerreiro
O iluminado e criativo Marajó
Histórias com fantasias reais
Fazendo-nos rir e desatando o nó
Quando dizia ser engenheiro
Sendo o obreiro de ouro em pó.
Mas não só ele fazia isso
Pois temos Jurandir de Tune
Criatividade fértil e sagaz
Que da tristeza nos deixava imune
Quando relembro de suas estórias
Relembro o filme de Daniel Boone.
Os gigantes de Acupe em altura
Mirton Grande e Nita Coió
Mas o mais famoso foi Caboré
Remava canoa com um braço só
Instrumentista e também poliglota
Tão atraente como o gostoso Forró
Mas quem também não lembra de Curió
Entrava nas casas destampando panelas
Para ver onde podia comer melhor.
O Acupe velho sumoso
Riquíssima terra para agricultura
Ah se fizessem sua conservação
Teríamos um acervo de vasta cultura
Terras dos Barretos e de Mem de Sá
Local dotado de bela arquitetura
Lá se plantar um mulher floresce
De forma linda e de boa feitura.
Não poderia deixar de falar
Dos nossos mestres do passado
Alzerina e Carlos José Barreto
E muitos outros muitos qualificados
Como também Janete Rastelle
E o professor Serrado
Tenho imensurável orgulho
Deles com honra e por todos lembrados.
Visionando nosso Planeta Acupe
Mesmo de olhos fechados
Enxergamos suas riquezas naturais
Dignificando-nos de todos os lados
Raízes probas e berço deste Brasil
Mesmo que por alguns discriminados
Entretanto somo um manto sagrado.
O Nêgo Fugido é coisa nossa
E nem tentem querer imitar
Até que copiar é bonito
Tende a nos valorizar
Mas não fica só por aí
As Caretas para bem representar
A Filarmônica 19 de Março
Sonoridade fértil de escutar
Exemplar em nosso Recôncavo
Que eleva minha aura salutar.
O gentil pescador de Acupe
Fisgando o saboroso alimento
Moqueca de camarão e de miroró
Peixes no geral, um bom casamento
Mesa farta barriga cheia de paz
Ouvindo estórias bonitas, belo momento.
Naveguei em barcos a velas
Do saudoso Rodrigo e o velho Coringa
Sentado no barco me deliciando
Com farinha seca e a deliciosas pititingas
Ancorava no cais da Baiana
Se benzer na estátua, como diziam as más línguas.
Meu Deus, agradeço muito
Por tanta lembrança e imaginação
Coisa deliciosa era tomar banhos
Na beira do mangue no porrão
Depois de pegar um gostoso baba
Uma imortal e saudável ignição
Mas por acaso quisesse se estender mais
Era só direcionar-se ao Rio Pavão.
Tem gente que não acredita
Na existência do Lobisômem
Mas existem testemunhos
De alguns malignos seres e homens
Que às vezes excomungados
Mas infelizmente de nossas vistas somem
Até cheguei a um deles
Não morava no Beco do Capa hôme
E foi no Morro sem Vela
Que às vezes o couro côme.
Vamos falar de coisas boas
Que nosso Acupe proporciona
Escritores de primeira linha
Historiadores Agnaldo e Domingos Fiaz
Pintor em arte Josecks Pinho
Danilo Evangelista, parece bem capaz
Comendo pelas beiradas e devagarinho
E apreciando aos demais, de boa, de paz.
Alto Campina, alvissareiro lugar
Antigo aconchego, muito encantamento
Muita pitanga e bela flora
Hoje a Bahia Pesca grande, sólido investimento
Ponto de encontros dos sigilosos namoros
Mas na verdade é um belo aposento.
Campo da Prainha e campo do Flamengo
Como muitos assim acostumavam dizer
Onde saíram vários atletas de futebol
Que nos deram orgulho e prazer
Merica, conhecido nacionalmente
Quando o futebol era um grande lazer.
Não poderia deixar de falar
Da família Antônio Lopes da Fazenda Brito
Jogava bem o dominó, exímio caçador
Inteligente e vencia sem dá um grito
Originando filhos e honrados netos
Orgulhosamente dotados de belos auspícios
Dona Guiomar salutar patente
Mulher dotada de marcas e bons vestígios.
Não falei de mim exclusivamente
Pois ainda não faço parte da história
Mas quem sabe no patamar do futuro
Serei relembrado com muita glória
Estou e estarei sempre aqui disposto
Para exaltar nosso Planeta Acupe
Comunidade de excelente memórias
Jogando daqui para ali
E de lá para acolá
Sinto muito mais vou a imaginação fechar
Sei que nosso Planeta Acupe
Tem muito mais a nos proporcionar
Mas o passeio com essas delícias descritas
Muito gratificante, assim como o bem amar
Se gostaram batam palmas
E s e não gostaram também podem criticar.
Por Danilo Evangelista
Policial Civil, poeta e membro da Academia de Letras do Recôncavo (ALER).